O Papa Francisco lamentou o abandono da tradicional prática cristã de não trabalhar aos domingos, dizendo que isso tem um impacto negativo na família e nas amizades. Ao dizer que os pobres precisam de trabalho para poder ter dignidade, Francisco sustentou que a abertura de lojas e outros negócios aos domingos como uma forma de criar vagas de trabalho, entretanto, não é benéfica para a sociedade.

O Papa Francisco afirmou que a prioridade deveria ser "não econômica, mas humana", e que o foco tem de ser colocado nas relações familiares e de amizade, e não nas comerciais.

"Talvez seja hora de nos perguntarmos se trabalhar aos domingos é liberdade verdadeira", disse o Papa, argumentando ainda que passar os domingos com a família e os amigos é um "código ético" tanto para fiéis como para os que não creem.

Numa fala de improviso, o Papa encorajou os pais a passarem mais tempo com seus filhos. "Desperdicem tempo com as crianças", afirmou, acrescentando que gostaria de perguntar aos pais se eles "brincam com seus filhos".

DOMINGO, DIA DO SENHOR

Exaltamos a posição do Papa Francisco, que defende o fim do trabalho aos domingos. "Ficamos muito feliz com essa importante manifestação do nosso Sumo Pontífice e espero que suas palavras calem fundo nos corações das pessoas, especialmente de quem defende e obriga tantos trabalhadores a deixarem suas famílias aos domingos para ter que trabalhar, para ganhar o seu sustento",

Segundo o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, para quem a vida toda do homem é para ser vivida como tempo de louvor e agradecimento ao Criador e, por isso, necessita o homem de momentos explícitos de oração, nos quais todo o seu ser é envolvido pela pessoa terna de seu Deus e Pai. "O Domingo é, pois, o dia por excelência para que essa relação - Deus e homem - seja intensificada, mas, também, o Domingo é o dia do repouso, no qual se interrompe toda a atividade de trabalho para que haja recuperação dessas horas, que muitas vezes oprime o homem", disse Dom Orani.